O governo federal anunciou uma iniciativa inovadora que promete reforçar a integridade do mercado de apostas online. Segundo o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena, um banco de dados nacional com cidadãos proibidos de apostar – seja por decisão judicial ou em função da legislação vigente – deverá estar operacional até o segundo semestre. Esta medida é considerada prioridade na agenda regulatória para 2025 e 2026.
Centralização de Dados para Maior Fiscalização
A proposta do cadastro é reunir em um único sistema informações sobre pessoas que, por algum motivo, estão impedidas de realizar apostas online. Entre os grupos incluídos estão técnicos de futebol, jogadores, árbitros, menores de 18 anos e membros de órgãos reguladores. Além disso, o sistema vai contemplar aqueles que foram proibidos por decisões judiciais. O objetivo é claro: garantir que essas pessoas não consigam cadastrar-se nas casas de apostas, promovendo maior transparência e segurança no setor.
Segundo Dudena, o Ministério da Fazenda está desenvolvendo o sistema informático que fará essa centralização e planeja submeter o modelo a uma consulta pública de abril a junho. “No segundo trimestre, pretendemos abrir esse modelo para que a sociedade contribua com sugestões e, a partir dos feedbacks, possamos implementá-lo. A ideia é que já no segundo semestre o cadastro esteja ativo, dependendo das soluções adotadas”, afirmou o secretário durante entrevista coletiva.
Consulta Pública e Participação da Sociedade
Para garantir que o novo cadastro atenda às necessidades e expectativas de todos os envolvidos, o governo abriu espaço para a participação cidadã. A consulta será realizada na plataforma Participa Mais Brasil e ficará aberta até 27 de março. Além disso, uma audiência pública online está agendada para o dia 21 de fevereiro, permitindo que interessados expressem suas opiniões e contribuam com sugestões para aprimorar a ferramenta.
Avanços na Regulamentação das Apostas Online
A criação deste cadastro se insere em um contexto maior de regulamentação do setor de apostas eletrônicas no país. Até o final da primeira fase do processo regulatório, 68 empresas foram autorizadas a atuar, com 70 outorgas e 153 marcas aprovadas. As operadoras já pagaram um total de R$ 2,1 bilhões em licenças de três anos, cada uma avaliada em R$ 30 milhões, conforme estipulado pela legislação.
O secretário também destacou ações recentes contra sites ilegais, mencionando o bloqueio de 11.555 domínios pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a realização de 75 fiscalizações de influenciadores em janeiro. Essas medidas demonstram o comprometimento do governo em manter um ambiente seguro e legal para os apostadores.
Desafios e Perspectivas Futuras
Entre os desafios enfrentados pelo setor, está a restrição do uso de recursos de programas sociais, como o Bolsa Família, em apostas eletrônicas – uma decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. Apesar dos entraves para fiscalizar essa determinação, a Advocacia-Geral da União tem buscado esclarecimentos junto ao STF para que as regras fiquem mais definidas.
Com a implementação do cadastro nacional, o governo dá mais um passo na direção de um mercado de apostas online mais organizado e transparente. A centralização das informações permitirá que as casas de apostas tenham acesso a dados confiáveis e atualizados, prevenindo fraudes e garantindo a segurança dos consumidores.
Fonte: Agência Brasil